28 dezembro 2009

Uma tacinha procê, outra pra mim!

Finalzinho de ano, estava eu aqui pensando no post derradeiro... Comecei até a elaborar uma listinha de tudo aquilo que o Gulodice poderia sonhar para 2010:

"Que não falte um bom azeite e ervas frescas da horta/que todos os bolos e tortas desenformados fiquem perfeitos/que nenhum molho desande/que todos os pães cresçam lindamente/que ninguém na face da terra erre o ponto do brigadeiro/que todas as calorias sumam das receitas que a gente mais gosta"...

Mas aí parei e lembrei que uma cozinha sem erros e uma gulodice sem nenhum resíduo de culpa é meio sem graça, não? Pois vejam só: fiz uma tarte tatin para o Natal que não ficou, digamos, linda-maravilhosa, mas para estreante, até que me saí bem e a família (que neste dia não ousaria criar nenhum tipo de discórdia, é claro!) devorou tudo dizendo que estava perfeita. Para quem não sabe, essa famosa torta de maçãs, assim como tantas outras receitas divinas, é justamente o resultado de um erro ocorrido há mais de um século no Hotel Tatin, no Vale de Loire, na França.

Reza a lenda que após a morte do dono do hotel, as filhas Caroline e Stéphanie assumiram o negócio. A primeira administrava e a segunda cuidava da cozinha. Em um dia de muita correria, ao invés de colocar as maçãs cozidas na manteiga sobre a massa, ela colocou a massa sobre as maçãs. Como não dava tempo de fazer outra torta, mandou para o forno assim mesmo e depois inverteu sobre um prato. Como dá para imaginar, a história teve final feliz e a tarte tatin se tornou um clássico.

Então, para 2010, o Gulodice deseja apenas:

Que todos os cozinheiros profissionais ou não continuem a experimentar muito e sem medo de ser feliz. E que dessa aventura deliciosa nas cozinhas do mundo afora apareçam novas gulodices doces e salgadas para que a gente possa alimentar o corpo e a alma, dividir com os amigos, trocar receitas...".

Uma tacinha procê, outra para mim e... tin-tin!
Até 2010.


PS.: Ainda não fui ao cinema ver Julie & Julia, mas li o livro que inspirou o filme, o Minha Vida na França, lambendo o beiço e dele tirei uma lição: às vezes, para acertar uma receita, é preciso fazê-la mil vezes. Então, promessa de ano novo é preparar muitas tarte tatin, até que ela fique "linda-maravilhosa", igualzinha a dos chefs franceses.

16 dezembro 2009

Tartufo branco a R$ 28 mil o quilo. Vai levar, madame?

Me irrita quando as pessoas chamam tudo de iguaria. Na acepção da palavra, não está errado. Iguaria, segundo os dicionários, é uma comida delicada e apetitosa, como costuma-se dizer, um "manjar". Mas para mim, coxinha não é iguaria e sim quitute, brigadeiro não é iguaria e sim guloseima - e que fique bem claro, isso não desqualifica essas delícias calóricas que eu tanto gosto.

Agora, tartufo bianco ou trufa branca me convence de que merece o título. E não é só pelo preço não, mas sim por ser selvagem: se trata de um tipo de fungo subterrâneo que nasce espontaneamente nas proximidades das raízes de carvalho e castanheiras. Tipo assim, ao sabor da natureza. Ninguém diz vou colher trufas, mas sim caçar trufas. Em outras palavras, é um achado que, em finas fatias, perfuma e dá nobreza a carnes, saladas, massas e até a um singelo ovo frito. A razão para os preços estratosféricos, evidente, é pelo fato de se encontrar pouco tartufo branco a cada ano.

As melhores e mais raras trufas brancas do planeta vêm de Alba, cidade na região de Piemonte, onde há mais de sete décadas existe até uma Feira Nacional do Tartufo. O evento é um acontecimento, que inclui até um leilão (comandado por um ator de cinema) do maior do tartufo encontrado naquele ano.

Bom, mas porque comecei a falar disso? Porque vi a notícia de que em três únicos dias a Casa Santa Luzia (Al. Lorena, 1471, 3897-5000) vendeu três quilos da iguaria (sim, já concordamos que é iguaria, certo?) por R$ 28 mil o quilo. E sabe do que mais? Eles ainda tem mais um quilo guardadinho, que será vendido de sexta (18) a domingo (20). Só um quilinho, entendeu? Fico imaginando a fila para comprar tartufo... Dez gramas sai por R$ 280. Tem cacife (e coragem) para encarar?

09 dezembro 2009

Todos os ingredientes do mundo!

Quer dizer, todos não. Mas muito deles. Hoje, em vez de um endereço novo de gulodices, quero compartilhar um livro. Não é lançamento nas livrarias, mas é sim na minha cozinha e na minha biblioteca. E cai de boca, estou apaixonada e acho que não pode existir cozinha sem um destes. Simples, incrivelmente ilustrado, Ingredientes (Loukie Werle e Jill Cox, Editora) é tipo assim, um livro de referência. Quer saber onde usar cerefólio, vá à página 12. Para entender a diferença entre o pennelisce, o penne rigate, o pennoni e o pennoni rigati, abra o livro na página 181. Para conhecer a família do senhor pepino, da qual fazem parte também o pepino libanês e o pepino ridge, consulte página 100. E assim por diante, tudo com foto. Confesso, torci o nariz na seção de carnes, mas faz parte do negócio... Então tá!

24 novembro 2009

O toque do chef

Por muito tempo me perguntei de onde veio a mania dos chefs de cozinha usarem aquele chapéu alto – afinal, para manter a higiene, basta a touca que, aliás, até minha mãe usa todos os dias, na labuta de fazer o almoço e o jantar. E olha que alguns destes chapéus são tão altos que parecem dar trabalho para equilibrar no corre-corre das cozinhas.

Pois bem, fui pesquisar. O nome do dito cujo, exibido aqui em vários modelitos, é toque ou toque blanche (do francês, touca branca). Reza a lenda que esse chapéu entrou na cozinha no século XVI, durante o Império Bizantino. Refugiados em monastérios, muitos fugitivos das invasões bárbaras acabavam dando uma forcinha no preparo das refeições. Usar um chapelão igual dos religiosos era uma maneira de não ser reconhecido. Mas foi só no século XIX, quando o famoso chef Câreme reformulou os trajes dos cozinheiros, que o toque blanche passou a representar um nível de hierarquia.

Então, basta olhar: em cozinhas com muitos profissionais, de diferentes tamanhos, tem chapéu de diferentes alturas. O cara que carrega o maior de todos, o mais pomposo mesmo, é aquele que manda no pedaço, entendeu? Aos iniciantes resta vestir o bibico, aquele que parece um chapeuzinho de militar, às vezes com duas pontas.

03 novembro 2009

Você gosta de cupcakes?


Juro, os cupcakes estão me perseguindo... Outro dia, em Buenos Aires, uma vitrine me chamou a atenção e eu até postei uma fotinho aqui. Acesso um blog novo e lá estão eles - tem da Hello Kitty, de brigadeiro e até cravejado de diamantes (claro que um deste não me persegue, sou eu que vivo em busca dele). No meio da tarde, zapeando na TV, paro em um programa de culinária e tem alguém dando uma receita da guloseima. No fim de semana fui visitar minha mãe e descobri que minha irmã está encantada com as mil possibilidades para decorar um... cupcake! O aniversário de um ano da fiha da prima vai ter o dito cujo. Socorro!!!
Mas é claro que eu não tô escrevendo este post apenas para dizer que me sinto perseguida por um batalhão de bolinhos multicoloridos e lindos de morrer. É que ontem eu me dei conta que uma loja de sapatos feiosos (afe, que os ex-donos não leiam, mas é mais justo dizer sapatos horrorosos!) na Rua Augusta, na altura do 2.500, entre as alamedas Lorena e Tietê, fechou. E a vitrine já está forrada com cartazes dizendo que ali vai abrir, em breve, uma lojinha especializada em advinha o quê!? Tchan, tchan, tchan, tchan...
O nome da futura mais nova loja de gulodice da área dos Jardins é Wonder Cupcakes e é óooobvio que eu vou lá conferir quando abrir. Mas fiquei tentando pescar na memória um cupcake que eu tenha gostado muito muito muito e sabe o que descobri? Para mim, eles são mais bonitos que gostosos. Aliás, se alguém tem aí na memória um cupcake delicioso, difícil de esquecer, me conta, viu!?

14 outubro 2009

Churro argentino ou espanhol?

Eu gostaria muito de saber por onde anda o hermano Alberto di Nardo, um sujeito simpático de 50 e poucos anos, bom de papo, que por uns tempos manteve um delicioso café na Alameda Lorena, no local onde hoje funciona um Fran’s Café. Além de servir o expresso encorpado em xícara grande, seu Alberto alegrava minhas manhas de domingo com seu farto bufê de café da manhã, onde o churro sem recheio era, ao menos para mim, a atração principal.

Seu Alberto tomou chá de sumiço e a partir daí todas as minhas tentativas de comer um bom churro argentino, mesmo estando na Argentina, foram frustadas. Este aí da primeira foto, que eu encontrei lá em Puerto Madero, até que parece bonito – mas a massa era ressecada, cheia de óleo... Só não larguei pela metade para testar meu estômago de avestruz. Contudo, aprendi a lição: churro argentino, só se for em Sampa (seu Alberto, por onde andas?).

Fora do país, melhor ir direto à fonte. No ano passado, em minhas andanças pela Espanha, eu tinha de me conter para não parar em cada esquina e pedir churro com chocolate quente, que na verdade é um creme feito Chandelle (mas muuuuito mais saboroso), no qual você vai lambuzando o churro sequinho e sem recheio.

O churro surgiu na Espanha. Na receita original, é preparado com massa em formato cilíndrico e frito em óleo vegetal. Há uma máquina com um dispositivo de pressão, feito uma manivela, que é a responsável por conferir o aspecto ondulado do doce e o furo central, que pode receber diferentes recheios. Creme de confeiteiro, chocolate e doce de leite, que é o meu preferido. Por cima, vai uma fina camada de açúcar, com ou sem canela.

Devido à origem, esse doce acabou se tornando muito comum em países hispano-am ericanos, incluindo o México e a Argentina, e também no Brasil. Aliás, uma das minhas boas lembranças de infância era passar com minha mãe em um quiosque de uma galeria do bairro de Santana, lá na zona norte, para comer um churro. O quiosque ainda está lá, mas a última vez que provei nem achei tão bom. Para um autêntico churro espanhol em São Paulo, melhor ir até A Casa do Churro, no Tatuapé, onde a família do espanhol Antonio Farre Martinez faz o churro de roda, uma versão de 3 metros de comprimento, com ou sem recheio, que vem em uma caixa tipo de pizza, sob medida para dividir com a turma.

12 outubro 2009

Delícias portenhas

O blog andou meio paradinho, entre outros motivos porque eu fui dar mais um perdido em Buenos Aires. Aliás, coisa que todo mundo deveria fazer. Sabe lá o que é nosso real comprar dois pesos!? Delícia! Bom, boa parte dos pesos que eu carregava na bolsa foi gasto com comilança - e não foi com a parrillada não, até porque, eu fujo de carne. Gastei com guloseimas, é claro!
Para mim, tão importante quanto NÃO discutir com taxista sobre o mico que é ter o Maradona como técnico, é cair de boca em três coisas:
1. Media lunas do Tortoni - Ah, não vem com essa que é apenas um croissant. Não tenho explicação (aliás, se alguém tem, me ajuda!), mas media luna é media luna e croissant é croissant. E a melhor é a do Tortoni, por mais batido que isso possa ser.

2. Empanadas do Romario - Você dificilmente vai encontrar em um guia a informação de que esta é a melhor empanada de Buenos Aires, até porque Romario é tipo uma rede fast food de empanadas e talvez a minha avaliação esteja sendo, digamos, sentimental. Mas lá na Recoleta há uma lojinha bacana, de esquina, de frente para o cemitério, onde meu programa preferido é tomar Brahma de um litro e comer empanada de alho poró com roquefort (esta da foto) e de carne picante. O salgado custa 3,50 pesos (menos de 2 reais, uia!) e chega em uma tábua de madeira. Mas vá de bom humor, porque o atendimento, às vezes, é uma porcaria!



3. Helado Freddo - tem muito sorvete bom na Argentina. Uma vez fui pra lá com um namorado louco por sorvete em pleno janeiro, estava um calor doido, e a gente parava em tudo quanto era sorveteria. Mas o nosso veredicto final na época foi de que o Freddo, inaugurado em 1969 e com unidades em vários cantos da cidade, era o melhor. E é assim pra mim até hoje. Desta vez parei na loja do Palermo, para tomar um helado de dulce de leche classico - que é tipo assim, um creme de doce de leite ma-ra-vi-lhoso!


Falando em Palermo, a novidade
que descobri desta vez: cupecakes,
lá na Calle Malabia, em
Palermo Soho. Verdade que cupcakes
costumam ser mais bonitos
do que gostosos. Mas dá para
passar sem salivar
diante desta vitrine?

24 setembro 2009

Ovos animados

Que cozinha é espaço de obra de arte, a gente já sabe. O que dizer dos pudins de leite, coxinhas, bolos, assados... Enfim, todas aquelas gostosuras que a gente não cansa de provar. Mas recebi por email um outro tipo de arte na cozinha. Não faço ideia sobre quem é o arteiro responsável pela série com mais de vinte imagens com as que seguem. Elegi quatro e elas dispensam qualquer comentário. É só ver e sorrir. Parabéns ao autor desta traquinaquem que aqui eu resolvi chamar de ovos animados. Bom finde a todos.



PS 1 - Juro que a próxima dúzia de ovos não me escapa!
PS 2 - Há dias eu só penso em uma coisa: medias lunas com dulce de leche

19 setembro 2009

As melhores gulodices, por Veja São Paulo

Chega hoje às bancas a edição anual do Comer & Beber da Veja São Paulo. O especial gastronômico está com 500 (isso mesmo, 500!) páginas e, como de costume, arrasa nas fotos e na seleção de endereços. A parte que mais me interessa é a seção de Comidinhas, onde Helena Galante mandou muito bem. E, claro, porque além de gulosa assumida (daí o fato de devorar rapidamente cada linha que ela escreveu), este ano eu tive o prazer de fazer parte do time de jurados. Eu, que no passado já fiz parte dessa equipe de Veja SP e andei feito louca comendo pela cidade, gostei beeem de estar do outro lado. Nem todos os meus escolhidos foram campeões. Como ariana que sou, confesso que fico meio mordida. Essa tal democracia...

Bom, os campeões de Comidinhas foram: Lanchonete da Cidade (Cachorro-quente), Boutique Bar Nespresso (Café Expresso), Chocolat du Jour (Chocolate), Dulca (Doceria), P.J. Clarke´s (Hambúrger), Day by Diet (Linha Diet), Benjamin Abrahão - Mundo dos Pães (Padaria), Yokoyama (Pastel), Casa Búlgara (Salgado), Forneria San Paolo (Sanduíche), Vipineto Gelato & Caffè (Sorvete) e Bolado Sucos (Suco).

Para ler tudinho, clique aqui, mas o melhor mesmo é comprar a revista. Lá estão, no total, 1170 endereços. Além das COMIDINHAS, tem BARES (salve o crítico Fabio Wright, que come, come e nunca engorda, bebe, bebe e nunca vira bebado chato), RESTAURANTES e LOJAS DE VINHO (ambos por Arnaldo Lorençato).

Mas, é bom avisar, ainda que você ou sua namorada tenha uma bolsa daqueeeeelas bem grandonas, não dá para carregar o guia por aí. Isso porque, a edição pesa 735 gramas. E não inclui seguro-saúde para tratar de problemas de coluna posteriores.

Ah! Ia deixar passar, mas não consigo. Eu adoro café Nespresso (sonho com uma maquininha daquelas aqui em casa), mas discordo totalmente com o resultado da eleição nesta categoria. Afinal, bom café é aquele que além da qualidade, do sabor e blá, blá, blá, depende do talento do barista! Pelos mesmos motivos, fiquei super feliz porque Häagen Dazs (que é tudo de bom sim!) não aparece entre os indicados. Afinal, o sorvete já chega aqui prontinho. O bacana mesmo é ver que tem gente de talento fazendo por aqui a massa artesanal, na textura certa e aproveitando a variedade de frutas que temos, oras.

16 setembro 2009

Tudo o que você precisa saber sobre... café!

Claro que o título desse post é um exagero - mas se te despertou a curiosidade de ler o resto, já está valendo. Pois bem: para quem gosta de café, Sampa é um prato cheio (ops, perdi a chance de dizer "uma xícara cheia"). Isso porque a city tem cafeterias bacanas de sobra, muitas delas com uma boa variedade de grãos à disposição, e gente preparada para tirar bons expressos. Como se não bastasse, cada vez mais aparecem cursos sobre o tema. Aliás, não apenas cursos, mas escolas.

Inaugurada em julho, a Suplicy Escola de Cafés (Alameda Ministro Rocha Azevedo, 419, Jardins, 3061-0195) promove sua primeira aula na próxima sexta (18). As baristas Márcia Yoko Shimosaka e Yara Thaís Castanho ( atual campeã de brasileira e manda-chuva da escola), vão ministrar um curso de conceitos básicos, chamado de "Introdução à degustação técnica do café". Será uma única aula, das 14h às 17h, por R$ 100,00. Depois, para quem quiser, é só seguir em frente: dias 21 e 22 de setembro, no curso de técnicas de extração de expresso
, Yara ensina como tirar o café e dá detalhes sobre as diferentes regiões produtoras, torras e moagem. O preço, neste caso, sobe para R$ 300,00 o curso (duas aulas, das 14h às 18h).

Já na Escola São Paulo (Rua Augusta, 2239, 3081-0364), no mês de outubro (aulas das 19h às 21h dias 5, 19 e 26 de outubro), a nutricionista Claudia Leite, responsáv
el pelos negócios corporativos da Nespresso Brasil, comanda um curso sobre os aspectos históricos, econômicos e culturais do café - ao final de cada aula, é claro, rola degustação. O valor, pelas seis horas de aula, é de R$ 270,00. E aí, aceita um cafezinho?



04 setembro 2009

Recém-saído do forno na Vila Madalena

Ainda não visitei a rotisseria Panela de Ferro, que inaugurou em maio na Vila Madalena. Mas semana passada tive a oportunidade de comer um bolo de fubá de lá, que chegou quentinho da silva. Incrivelmente simples e, por isso mesmo, MUITO BOM! Esse bolo de cenoura da foto também é de lá e é vendido por R$ 18,90 o quilo. Fui pesquisar e vi que o local também faz massas recheadas, tortas, bolachinhas, compotas... Para comer ali mesmo ou para levar pra casa. Tá anotado na minha agenda: Rua Girassol, 320, fone 3032-3034. Vou em breve, depois conto o que achei.

01 setembro 2009

Útil ou fútil?



É fútil, claro. Aliás, é ultra, mega, suuuuuuuper fútil. Mas cada vez mais eu gosto de coisas fúteis que enfeitam a cozinha. Essas escovinhas são da Ultiplast e têm a função (sim, têm função sim!) de limpar os legumes e frutas. Custa R$ 12,50 cada uma na Utilplast (www.utilplast.com.br).

Ah, a minha preferida é a escovinha em formado de cenoura!

27 agosto 2009

Sol e sorvete

Ah, que lindo dia de sol! Em Sampa chegou a 26 graus. Tá bom, não vou esconder os casacos pois sei que o inverno não acabou e, cá entre nós, eu até gosto de inverno. Só que esse ano o frio anda tão rigoroso que está me dando angústia. Sol me faz imediatamente querer sentar no fim de tarde e tomar uma cervejinha gelada, mas hoje ele me inspirou a falar de... sorvete! E não é qualquer sorvete não. É de um sorvete de verdade, um autêntico gelato italiano, que tem por trás o chef francês (e eternamente hypado) Laurent Suaudeau.

Atualmente sem restaurante, Laurent abriu em outubro do ano passado uma sorveteria beeeem bacana. Chama Vipiteno Gelato & Caffè (Rua Manuel Guedes, 85, Itaim Bibi, 3476-1881 - www.vipiteno.com.br) e a decoração, coloridíssima, já faz a gente se sentir criança e no direito de experimentar um monte de sorvete. O nome foi emprestado de uma pequena cidade medieval da Itália, de onde também vem a referência para fazer os gelados.

Bom, o sorvete italiano, feito por um chef francês com ingredientes brasileiros
sai em 70 sabores, entre eles coco, pêra, pistache, morango, chocolate e doce de leite argentino. Tudo bem cremoso e ao preço bem parecido com os das outras sorveterias estreladas (7,00 a bola). Ah, com a consciência leve dá para cair de boca também nas taças como a vipiteno: em um copão de 25 centímetros vem musse e calda de cupuaçu mais bolas de sorvete de coco e chocolate. Acha pouco? Como é Laurent que está nos bastidores tem também as sobremesas como o mil folhas com creme de patisseria de fazer a gente ir à loucura!

.

26 agosto 2009

Um ano de Gulodice

Alguém disse que blog é igual a filho. Que bobagem! Testado e aprovado, eu fiz o teste: você pode deixar seu blog abandonado por mais de dois meses e ele aguenta firme e forte! Claro, fica meio triste, as pessoas que chegam se sentem entediadas diante de tanta mesmice, mas... morrer não morre!

Estive no corre-corre, agosto deu gosto e desgosto de tanto trabalho e nem tive tempo de anunciar o primeiro aniversário do Gulodice, no último 1º de agosto. É, a data merecia um bolo de verdade e um texto mais caprichado... Mas, em vez disso, decidi comemorar voltando à ativa. Só que não agora, ok? É que estou de saída para conhecer um novo bar (Ué, trabalho! Quem sabe vira tema de um outro post!?). Mas a partir de amanhã vou encher de novidade. Nossa! Belisquei, comi, petisquei e me lambuzei tanto nos últimos dois meses... Assunto é que não vai faltar. E que venham muitos outros aniversários de blog, com muito mais gulodices!

15 junho 2009

Cadê o Jaber que estava aqui?

Todo lugar que a gente mora sempre tem prós e contras. Para mim, os prós de morar na Alameda Lorena são quase todos para saciar a minha gulodice. Tem a Casa Santa Luzia em frente, o bolo com baba de moça logo ali no Vó Sinhá da Rua Augusta, o beirute do Frevo na rua debaixo, o café doppio do Suplicy na calçada do meu prédio, o pão de queijo quentinho que enche o cesto no Pão de Queijo da Haddock Lobo... Ah, posso escrever uma lista enoooorme, mas seria até sacanagem porque a esta hora você já deve estar aí babando. Mas o que importa dizer é que se tivesse de escolher entre as cinco guloseimas preferidas ao redor da minha casa, o quibe redondo recheado de nozes do Jaber estaria na lista fácil fácil. Só que para minha decepção, o quibe sumiu!

Veja só: outro dia entrei na loja da rede que tem (melhor, tinha) na Padre João Manuel, quase esquina com a Alameda Lorena. Achei algo diferente no ar, mas, enfim, pedi meu quibe redondo para viagem como de costume. Cheguei em casa, abri, e que medo... A cor, o formato e, sobretudo, o sabor estavam diferentes. O recheio, se tinha nozes, não percebi. Mas sal, ah, o cara mandou ver no sal!

Passei lá no dia seguinte e olhei com mais atenção: os funcionários eram os mesmos, a placa estava lá, mas o nome "Jaber" fora apagado. Persistente que sou entrei, fiz o mesmo pedido (um quibe redondo para viagem!) e puxei papo com a atendente.

- Não é mais Jaber, mas é tudo igual, porque o cozinheiro não mudou, explicou ela. Era tudo feito aqui mesmo.
- Mas o quibe redondo vinha da matriz do Paraíso, não?, retruquei.

Ela, constrangida, concordou. Paguei triste, peguei meu salgado para viagem, e antes de sair perguntei:

- Qual o novo nome da casa?

- Ainda não tem. Por enquanto, vai ficar sem nome, para que os clientes não se assustem com a mudança, respondeu a moça.

Assustar não é bem a palavra, fui embora pensando. É mais que isso. É decepção, é tristeza, é sentimento de abandono. Claro, o mundo não acabou. Ir à matriz no Paraíso continua sendo um dos meus programas preferidos, mas... Tô pensando seriamente em lançar um movimento pelo direto de todo paulistano morar ao lado de um Jaber.

PS.: Claro que não desisti do salgado. Mais uma vez cheguei em casa, abri e provei. E mais uma vez estava muuuito salgado. Estaria o cozinheiro apaixonado? Afinal, dizem, gente apaixonada vive com a cabeça no mundo da lua e erra a mão no tempero...

04 junho 2009

Café e humor

Pesquisando sobre um dos meus temas preferidos
(coffee, of course), achei esses pôsteres sensacionais.











03 junho 2009

O polpettone do Jardim de Napoli


Sábado à tarde, no meio de uma festinha de criança, juntou uma turma e começou a discussão. Fala de bar daqui, de restaurante dali e não sei como chegamos ao Jardim de Napoli. Inaugurada modestamente em 1949, essa cantina estourou nos anos 70 graças ao famoso polpettone à parmegiana com mussarela. Das duas cozinhas (Rua Martinico Prado, 463 e Praça de Alimentação do Shopping Pátio Higienópolis) saem nada menos que 10 mil unidades por mês, o que representa cerca de 80% dos pedidos da casa. Ocorre que o restaurante, no passado, chegou a ter 3 estrelas no Guia Quatro Rodas, hoje não tem mais nenhuma. O que mudou? Nada, a não ser a cena gastronômica paulistana, cada vez maior e melhor. Na rodinha de amigos o cerce da questão: o Jardim de Napoli ficou parado no tempo? Na minha opinião não, mas no domingo por acaso acabei pelas bandas do Higienópolis para almoçar. E aí, não deu outra: manda um polpettone! Enquanto espero pela minha almôndega gigante espio a dos outros - e já vai dando água na boca. Mas melhor mesmo foi quando chegou: a carne achatada, com recheio de mussarela, e coberta de muito molho não poderia ser receita mais certeira para o almoço de domingo. Meu viva aos nostálgicos, aos que não cedem aos modismos e aos clientes que, felizmente, fazem fila.

25 maio 2009

Queijadinha de família


Pára o mundo que eu quero descer - só um pouquinho! Os últimos meses têm sido uma correria só e o Gulodice, coitado, ficou às moscas. Mas ontem, um doce sabor de infância me fez lembrar que era preciso não deixar o dia-a-dia roubar os pequenos prazeres. Então, à cozinha e ao blog.
Entre tantos projetos, tenho o de registrar as receitas da família. E esse bombocado certamente vai entrar no capítulo doces. É receita da minha madrinha, que ela chama de Queijadinha, mas um homem que pouco entende de cozinha ontem me lembrou: "Não tem queijo, como assim é queijadinha?". Tens razão. O que ele não sabe ainda é que na cozinha a gente cria e dá o nome que bem entender. Então, em respeito às origens, mantive o nome que a dona lhe deu - mas você já está avisado de que se trata de um bombocado, ok?
Bom, não requer prática alguma e fica pronto em meia hora incluindo o tempo de forno. Custo? Uma pechincha: menos de R$ 10,00. E causa um efeito!! Mãos à obra já.

Queijadinha

Ingredientes:

1 lata de leite condensado
A mesma medida de leite
4 ovos
1 1/2 colher de maisena
2 copos de coco ralado fresco

Modo de fazer: Bata todos os ingredientes no liquidificador, exceto o coco - ele é adicionado depois, com delicadeza. Leve ao forno médio para assar por cerca de 15 minutos (até ficar dourado) em refratário ou forma untado com margarina.

31 março 2009

Bauruzinho: ele voltou e não veio sozinho

Contei aqui a saga do mascote da cidade sanduíche, que em setembro do ano passado foi raptado por estudantes de uma república, resgatado pela polícia e depois passou um tempo descansando sabe-se lá onde. Motivo de discórdia, o boneco desde sábado passado recepciona quem desembarca na Rodoviária de Bauru, onde tem segurança 24 horas. Teve festa de inauguração e tudo – e protesto contra também.

Para desespero dos bauruenses que acham aquele boneco medonho, a má notícia: agora ele terá réplicas infláveis com 3 metros de altura. Mais fáceis de serem transportadas, elas serão usadas para contar a história do sanduíche em escolas públicas e eventos culturais da cidade. Ai, ai...