15 junho 2009

Cadê o Jaber que estava aqui?

Todo lugar que a gente mora sempre tem prós e contras. Para mim, os prós de morar na Alameda Lorena são quase todos para saciar a minha gulodice. Tem a Casa Santa Luzia em frente, o bolo com baba de moça logo ali no Vó Sinhá da Rua Augusta, o beirute do Frevo na rua debaixo, o café doppio do Suplicy na calçada do meu prédio, o pão de queijo quentinho que enche o cesto no Pão de Queijo da Haddock Lobo... Ah, posso escrever uma lista enoooorme, mas seria até sacanagem porque a esta hora você já deve estar aí babando. Mas o que importa dizer é que se tivesse de escolher entre as cinco guloseimas preferidas ao redor da minha casa, o quibe redondo recheado de nozes do Jaber estaria na lista fácil fácil. Só que para minha decepção, o quibe sumiu!

Veja só: outro dia entrei na loja da rede que tem (melhor, tinha) na Padre João Manuel, quase esquina com a Alameda Lorena. Achei algo diferente no ar, mas, enfim, pedi meu quibe redondo para viagem como de costume. Cheguei em casa, abri, e que medo... A cor, o formato e, sobretudo, o sabor estavam diferentes. O recheio, se tinha nozes, não percebi. Mas sal, ah, o cara mandou ver no sal!

Passei lá no dia seguinte e olhei com mais atenção: os funcionários eram os mesmos, a placa estava lá, mas o nome "Jaber" fora apagado. Persistente que sou entrei, fiz o mesmo pedido (um quibe redondo para viagem!) e puxei papo com a atendente.

- Não é mais Jaber, mas é tudo igual, porque o cozinheiro não mudou, explicou ela. Era tudo feito aqui mesmo.
- Mas o quibe redondo vinha da matriz do Paraíso, não?, retruquei.

Ela, constrangida, concordou. Paguei triste, peguei meu salgado para viagem, e antes de sair perguntei:

- Qual o novo nome da casa?

- Ainda não tem. Por enquanto, vai ficar sem nome, para que os clientes não se assustem com a mudança, respondeu a moça.

Assustar não é bem a palavra, fui embora pensando. É mais que isso. É decepção, é tristeza, é sentimento de abandono. Claro, o mundo não acabou. Ir à matriz no Paraíso continua sendo um dos meus programas preferidos, mas... Tô pensando seriamente em lançar um movimento pelo direto de todo paulistano morar ao lado de um Jaber.

PS.: Claro que não desisti do salgado. Mais uma vez cheguei em casa, abri e provei. E mais uma vez estava muuuito salgado. Estaria o cozinheiro apaixonado? Afinal, dizem, gente apaixonada vive com a cabeça no mundo da lua e erra a mão no tempero...

04 junho 2009

Café e humor

Pesquisando sobre um dos meus temas preferidos
(coffee, of course), achei esses pôsteres sensacionais.











03 junho 2009

O polpettone do Jardim de Napoli


Sábado à tarde, no meio de uma festinha de criança, juntou uma turma e começou a discussão. Fala de bar daqui, de restaurante dali e não sei como chegamos ao Jardim de Napoli. Inaugurada modestamente em 1949, essa cantina estourou nos anos 70 graças ao famoso polpettone à parmegiana com mussarela. Das duas cozinhas (Rua Martinico Prado, 463 e Praça de Alimentação do Shopping Pátio Higienópolis) saem nada menos que 10 mil unidades por mês, o que representa cerca de 80% dos pedidos da casa. Ocorre que o restaurante, no passado, chegou a ter 3 estrelas no Guia Quatro Rodas, hoje não tem mais nenhuma. O que mudou? Nada, a não ser a cena gastronômica paulistana, cada vez maior e melhor. Na rodinha de amigos o cerce da questão: o Jardim de Napoli ficou parado no tempo? Na minha opinião não, mas no domingo por acaso acabei pelas bandas do Higienópolis para almoçar. E aí, não deu outra: manda um polpettone! Enquanto espero pela minha almôndega gigante espio a dos outros - e já vai dando água na boca. Mas melhor mesmo foi quando chegou: a carne achatada, com recheio de mussarela, e coberta de muito molho não poderia ser receita mais certeira para o almoço de domingo. Meu viva aos nostálgicos, aos que não cedem aos modismos e aos clientes que, felizmente, fazem fila.