31 março 2009

Bauruzinho: ele voltou e não veio sozinho

Contei aqui a saga do mascote da cidade sanduíche, que em setembro do ano passado foi raptado por estudantes de uma república, resgatado pela polícia e depois passou um tempo descansando sabe-se lá onde. Motivo de discórdia, o boneco desde sábado passado recepciona quem desembarca na Rodoviária de Bauru, onde tem segurança 24 horas. Teve festa de inauguração e tudo – e protesto contra também.

Para desespero dos bauruenses que acham aquele boneco medonho, a má notícia: agora ele terá réplicas infláveis com 3 metros de altura. Mais fáceis de serem transportadas, elas serão usadas para contar a história do sanduíche em escolas públicas e eventos culturais da cidade. Ai, ai...

19 março 2009

Zeppola de São José

Eu adoro zeppola de São José. Primeiro, porque sou formiga e isso é doce dos bons. Segundo, porque tudo que tem história costuma me atrair. Por isso, tinha prometido que neste ano, no Dia de São José (19 de março), eu iria fabricar em casa as minhas próprias zeppole (no plural, em italiano). Fazer a massa, o creme, decorar... Só que estou mergulhada em trabalho, não rolou e o jeito foi comprá-las no Santa Luzia (Al. Lorena, 1471, 3897-5000). Claro que me dei bem. Duvido que as minhas ficariam tão boas. Mas, prometo, eu 2010 eu tento!

Por enquanto, depois de St. Patrick (nossa, quanto santo esta semana) fica aí um bom motivo para comer zeppolas hoje. Ou amanhã, ou depois... O Santa Luzia vende até sábado (21).

A zeppola é um doce napolitano preparado com massa leve, mel e castanha de caju picada. No recheio, creme de baunilha. Na Itália, está associado ao dia de San Giuseppe, ou seja, ao Dia de São José celebrado pelos católicos em 19 de março. De meados de fevereiro em diante, as doceiras de todo o país aumentam a produção de zeppolas, sobretudo hoje, quando as pessoas compram para a sobremesa e para presentear seus pais e todos os Josés que conhecem.

17 março 2009

Um brinde ao Saint Patrick!

É hoje o famoso Saint Patrick’s Day – em outras palavras, o dia de São Patrício, o padroeiro da Irlanda. Por lá, nesse dia de feriado nacional, rola um megaevento cultural. Irlandeses, descendentes e festeiros em geral se vestem de verde e saem às ruas para celebrar as suas tradições – e entre elas está a cerveja.

Bom, do lado de cá, Saint Patrick’s Day quer dizer dia de tomar uma Guinness (ou uma Murphys ou uma Beamish...) em um dos vários pubs da cidade. Entre os pubs de São Paulo, o meu preferido desde não sei quando é o Finnegan's Pub (Rua Cristiano Viana, 358, Pinheiros, 3062-3232), inaugurado no fim dos anos 80. Ótimo lugar para ouvir música, bater papo, paquerar e, claro, tomar cerveja.

Outra opção testada e aprovada é o All Black (Rua Oscar Freire, 163, Jardins, 3088-7990), onde rola hoje uma festa comandada pelas bandas Malaco Soul e Insônica e promoção de chope Guinness (R$ 10,00 o copo de 440ml). Seja qual for a sua escolha, não importa. Aliás, vale até mesmo ficar em casa. Só não deixe de tomar uma pro santo, ok? Assim a gente garante que não vai faltar cerveja gelada o ano inteirinho...

Ah, claro, só falei da cerveja mas não expliquei os fatos...
Bom, vamos lá:



Saint Patrick, ou São Patrício, nasceu em meados de 385 d.C., no País de Gales. Quando tinha 16 anos, foi levado como escravo para a Irlanda, vizinha de seu país de origem. Maewyn Succat, nome verdadeiro do padroeiro, conseguiu escapar da escravidão e retornar à Inglaterra, onde se tornou padre. Anos mais tarde, já consagrado Bispo, ele ganhou o nome de Patricius (Patrick no inglês), que vem do latim e significa “pessoa nobre da pátria”. Com a intenção de evangelizar os pagãos, St. Patrick retornou à Irlanda, onde o catolicismo ainda era desconhecido. Para difundir os ensinamentos da igreja, ele usava trevo, que o ajudava a explicar a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) dos católicos. Daí surgiu o costume dos irlandeses em usar o trevo como adorno em comemorações e de adotar a cor verde, que também está na bandeira do País, como símbolo maior.

16 março 2009

Sandubas matadores no Prêmio Abril

Acabo de saber por intermédio de minha amiga e sócia Silvana Azevedo que meu nome está entre os concorrentes do Prêmio Abril de Jornalismo de 2008, embora eu tenha me desligado oficialmente da editora já faz um tempo. Concorro pela matéria A enciclopédia do sanduíche, que fiz como frila e que foi publicada na Revista VIP de abril do ano passado. A premiação será dia 13 de abril e reconheço que os concorrentes da categoria de gastronomia são fortes, mas estar entre eles já é bem legal. E, melhor ainda, porque esta foi uma daquelas matérias feitas com vontade, com tesão mesmo. Bom, se alguém tiver tiver interesse em ler ou babar com as fotos lindas de sandubas matadores, como esta que a fotógrafa Sheila Oliveira fez do hambúrguer de salmão do chef Fabiano Marcolini, do Villa Marconi, lá em Curitiba, clique aqui.

15 março 2009

Monica's Bakery

Sei lá, desde que 2009 começou estou numa mania de fazer pão e afins. Aprendi a fazer pão pita, achei na net uma receita de biscoitos de pimenta e a reinventei, acrescentando outras coisas (ficou ótimo para acompanhar a cerveja), fiz pão integral com semente de linhaça e desenterrei uma receita de pão de cenoura que sempre é sucesso - é o pão de cenoura da tia da Maysa. O nome da tia da minha amiga eu não lembro, mas ela esteve uma vez em casa e me ensinou a receita, que hoje chamo de "pão da tia da Maysa".

Minha última investida foi usar essa receita, que rende quatro pães grandes, em minipãezinhos para coquetel. Só que eu não queria só de cenoura. Fiz também de espinafre, alecrim e beterraba. Deu muito certo e ficou coloridíssimo. Abaixo as fotos e o passo a passo para quem quiser se aventurar também! É fácil, mas demanda tempo: no total, foram 5 horas de diversão na cozinha.

A receita original da tia da Maysa

Ingredientes:
3 ovos
3 cenouras raladas
2 copos (do tipo requeijão) de leite
1/2 copo (do tipo requeijão) de óleo
2 tabletes (30g) de fermento para pão
1 quilo de farinha de trigo (mais ou menos)
3 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de sal

Modo de fazer:
1. Bata no liquidificador os ovos, as cenouras, o leite e o óleo.
2. Em seguida, junte a mistura aos ingredientes secos, sovando a massa até ficar macia. A quantidade de farinha pode variar. Importante é a massa ficar macia, lisa, sem grudar (mas o ponto ideal, na verdade, a gente só descobre fazendo várias vezes). Cuba a massa e deixe descansar até dobrar de volume (cerca de 1 hora em dias quentes).
3. Divida a massa em quatro partes e enrole os pães. Deixe descansar novamente. Aqui você pode usar o truque de mãe, de colocar uma bolinha da massa no copo d´água. Quando ela subir, é hora de assar em forno médio, pré-aquecido.


A versão: minipãezinhos para coquetel


Passo 1:
Use a criatividade para dar sabor aos pãezinhos.
Usei cenoura, beterraba, espinafre cozido e alecrim. Mas também já pensei que dá para fazer de abóbora, mandioquinha, cebola, abacate...

Passo 2:
Peque a mistura líquida da parte inicial da receita original e divida-a em quatro partes iguais (ou três, ou duas... Depende de quantas variações você quer). Depois volte-as separadamente ao liquidificador para juntar os ingredientes escolhidos. No caso do alecrim, que é seco, não precisa.

Passo 3:
Divida os ingredientes seco na proporção correta e junte as respectivas partes líquidas, já devidamente "com sabor". As massas vão ficar assim, coloridas. Cubra e deixe descansar.

Passo 4:
Hora de dar formato e colocar em forma untada com margarina e farinha de trigo. Se estiver grudando, acerte o ponto com mais farinha. Deixe descansar e leve ao forno. Cuidado: como são pequenos, os pãezinhos podem queimar. Melhor começar com fogo baixo e quando estiver assado aumente para dourar. O processo é rápido, cerca de 15min dependendo da potência do forno.

Passo 5:
Enfim, os pãezinhos prontos, coloridos. A receita rendeu cerca de 120 unidades.

13 março 2009

Restaurant Week – ainda dá tempo!

Puxa, eu queria ter postado antes, mas foi passando, passando... De qualquer forma, você ainda tem hoje, amanhã e domingo para aproveitar o evento. Igualzinho ao de New York, a onda do Restaurant Week é fazer uma temporada em que restaurantes bacanas fazem menus a um preço fixo: 25,00 no almoço e 39,00 no jantar, com entrada, prato principal e sobremesa. Some a isso dois opcionais (mas que não tem porque você deixar de pagar, certo?), que são os 10% de serviço + R$ 1,00 para a Fundação Ação Criança.

Visitei quatro deles: Bistrô Charlô, Boa Bistrô, La Risotteria Alessandro Segato e Thai Gardens. Os três primeiros eu já conhecia e foram escolhidos para almoçar por comodidade mesmo, afinal, todos ficam a alguns passos de casa. Bom, em linhas gerais, curti bastante o clima do evento. Apesar das filas, só encontrei atendimento eficiente e bem-humorado. Os pratos ofertados, é bom ressaltar, nem sempre refletem a grandeza do cardápio da casa. Mas nenhuma delas me decepcionou.

Meses atrás li em uma coluna da Danuza Leão, na Folha, que nestes tempos de crise muitos restaurantes franceses incluíram em seus cardápios um prato com preço camarada. Acho boa ideia, por dois motivos: aqueles que de uma hora para outra viram a conta ficar mais magrinha podem continuar mantendo a pose; e quem nunca teve grana para conhecer restaurantes bacanas, agora também pode. Por aqui a ideia de uma promoção eterna ainda não rolou, mas o Restaurant Week é um evento bacana e com propósito semelhante – afinal, não é todo mundo que pode se dar ao luxo de almoçar sempre no Bistrô Charlô ou na La Risotteria, certo? Uma boa dica, sobretudo no jantar, é fazer reserva antes. Abaixo minhas impressões.

Bistrô Charlô (R. Barão de Capanema, 440, Jardins, 3087-4444): em pleno sabadão, foi o mais demorado: quase uma hora para descolar uma mesa, mas a gentileza do maître e dos garçons fez a espera ficar leve. Escolhi um creme de pupunha com azeite de alcaparras para entrada + couscous marroquino com caçarola de frango, damasco e ameixa (eis um assunto para outro post: já reproduzimos em casa e ficou divino) e, para finalizar, torta de gianduia com sorvete de creme. Tudo bem gostoso, tempero equilibrado, mas eu, doceira que sou, preferi a a sobremesa. A torta estava cremosa, macia, muito boa mesmo.

Boa Bistrô (R. Padre João Manuel, 950, Jardins, 3082-5709): acho que a chef Tatiana Szeles poderia ter caprichado mais nas opções disponíveis para o Restaurant Week. De qualquer forma... Gostei bastante do saboroso escondidinho de fumeiro servido na entrada. O prato principal, ok, foi um dourado grelhado com salté de pupunha e arroz de coco . Já o sorvete de limão servido com canudinho de doce de leite na sobremesa estava meio sem sabor.

Thai Gardens (Av. 9 de Julho, 5871, Itaim, 3073-1507): não conhecia e achei o ambiente divino, como comprova a foto de divulgação ao lado. Fiz reserva com três dias de antecedência, quando cheguei meu nome não estava na lista, mas confiaram na minha palavra e aprontaram uma mesa em excelente localização em menos de 5 minutos, apesar da grande fila de espera. A entrada tod man pia é um peixe moído e empanado acompanhado de um delicioso molho agridoce. Adorei o prato principal que escolhi, o massaman kai (frango com batata preparado com molho de curry vermelho e leite de côco) e fiquei bem feliz com a sobremesa também, que não lembro o nome, mas era um úmido bolinho a base de abóbora.

La Risotteria Alessandro Segato (R. Padre João Manuel, 1156, Jardins, 3068-8605): cheguei cedo, 12h em ponto, e tinha mesa livre. Oba! Para entrada escolhi galantine de coelho com salada de feijões brancos. O prato principal, no ponto, foi um saboroso risoto de vôngole e nozes. A sobremesa, um cheesecake caramelado, não estava assim tão lindo como o este da foto divulgada pelo evento, mas sim, estava muuito bom.

Já escrevi um montão, mas aí vão mais duas dicas: 1) todos
prepararam uma carta de vinhos para o evento com opções em taça e/ou preços camaradas. 2) Tal como NY, o nosso Restaurant Week também vai ter duas edições no ano. A próxima será em agosto. O site para informações (lá tem a lista dos mais de 100 restaurantes que participam) é www.restauranteweek.com.br.