17 janeiro 2009

Juntar panelas e ideias?

Blog é uma coisa louca: a gente começa e não consegue mais largar. Só que nos últimos tempos ando meio preguiçosa para escrever. Falta tempo e às vezes, confesso, falta ideia mesmo (que estranho ideia sem acento, mas agora é assim, oras). Aí tem um monte de blog escrito a quatro, seis, oito... muitas mãos. Estes dias surgiu a oportunidade de juntar mais gente aqui nesta "cozinha" e, confesso, eu fiquei ressabiada. Sabe cozinheira egoísta, quando quer aprender o segredinho do outro mas não quer saber de ninguém metendo a colher nas tuas coisas? Fiquei cozinhando o assunto por dias e, claro, caí na real. Posso até sentir ciúme deste cantinho, mas quanta coisa nova a gente aprende quando entra na "cozinha" dos outros ou vice-versa! O Gulodice, com equipe reforçada, pode ficar tãããão mais legal!
Então, a cozinha - ops, quer dizer, o blog - está de portas abertas. Convidei alguém que eu curto demais, que é de best em gastronomia e é bem minha mentora nesta coisa de ser metida a escrever de guloseimas e afins, para fazer parte desta história. Hummm...agora tô ansiosa, esperando a resposta! Bom, torçam aí, pois se o convite for aceito, eu posso até começar acreditar quando vocês dizem que este blog é uma delícia!

08 janeiro 2009

Lichia descolada

Tô numa semana fruta. Depois da romã, agora a lichia. E quem me conhece, sabe que não sou, digamos, uma consumidora assídua das frutas (ai que vergonha!). Mas tudo bem, de lichia eu gosto – e se for em uma caipirinha com saquê, mais ainda. O melhor é que esta frutinha de polpa gelatinosa, originária da China e que se deu super bem por aqui tem apenas 64 calorias a cada 100 gramas e é rica em vitamina C. Mas o que me fez escrever sobre a lichia foi este jeito charmosérrimo de servi-la. Descobri num blog chamado Cinco Quartos de Laranja (não consegui identificar a autora, mas acho que é de Portugal). Gostei tanto da idéia, que surrupiei na foto!

07 janeiro 2009

Low-fat and delicious!

Pois é, talvez eu tenha desenvolvido um novo vício ontem. Eu e um monte de gente. Dois meses atrás falei aqui no blog que ia inaugurar a primeira loja da Yogurberry em São Paulo (Al. Lorena, 1426, Jardins) aqui pertinho de casa. E eu também disse que tinha tudo para ser a nova febre do verão. Bingo! A loja abriu, verão diz que chegou (é diz que, porque ontem à tarde estava 18º por aqui) e a coisa já está bombando.


Enquanto tomava o meu low-fat frozen-yogurt (isso, assim, em inglês mesmo) não parou de entrar gente na simpática lojinha. É pequena, mas descolada (repare só nesta coleção de vaquinhas coloridas) e o atendimento é dez. Única coisa é que não souberam me informar quantas calorias tinha o meu frozen. Isso porque a base da massa vem da Coréia e o leite é adicionado aqui. A moça garantiu que nos próximos dias vai saber direitinho.

O low-fat frozen-yogurt é vendido em três tamanhos: pequeno (que é grande), médio (que é bem grande) e grande (que para mim é gigante) e custa, respectivamente, R$ 7,00, R$ 9,00 e R$ 11,00. Depois de escolher o tamanho, você diz se quer um (+ R$ 1,50) ou três (+R$ 3,00) topping. Traduzindo: são as frutinhas picadas: kiwi, morango, manga, abacaxi... O meu foi de amora. O que achei? Leve e delicioso, sobretudo porque sem saber o total de calorias, mandei ver achando que não tinha nenhuma! Além do frozen, a Yogurberry vende smoothie (frozen batido com leite e fruta, R$ 8,00).

06 janeiro 2009

Dia de Reis, dia de romãs

A romã não atrai apenas sorte e fartura, prometidas pela simpatia popular a quem chupar sementes da fruta hoje, Dia de Reis. Há evidências de que a ingestão diária do suco ajuda a controlar a pressão arterial, reduzir o colesterol ruim (LDL) e prevenir o câncer de mama e de próstata. Além disso, um estudo da Universidade da Califórnia feito anos atrás provou que o suco de romã tem duas vezes mais antioxidantes do que o vinho tinto. Voilà! Para aproveitar os benefícios, bata no liquidificador a casca, as sementes e a polpa (isso, tudo junto!) com um pouco de água, coe e beba em seguida.
Selecionei três simpatias que devem ser feitas hoje para garantir fartura de dinheiro, amor e saúde o ano inteiro. Se funciona não sei, mas mal garanto que não faz!

1. Coma a romã, embrulhe três caroços em um pedacinho de pano ou papel (tem gente que diz tem de ser vermelho...) e guarde-os dentro da sua carteira.
2. Peguei uma romã e retire nove sementes pedindo aos Três Reis Magos (Baltazar, Melchior e Gaspar) que neste ano que se inicia você tenha muita saúde, amor, paz e dinheiro. Em seguida pegue três das nove sementes e embrulhe num pedacinho de pano ou papel. Elas devem ficar na carteira o ano inteiro. Outras três você engole e as três restantes joga para trás fazendo o pedido que desejar.
3. Coloque uma romã inteirinha dentro de um saco de tecido feito com pano vermelho. Ofereça-a aos Três Reis Magos e, em seguida, pendure o saquinho atrás da porta. A fruta vai secar e ele deve permanecer no amuleto até o próximo Dia de Reis.

Outras curiosidades sobre a romã:

Poderes afrodisíacos: diz a lenda que o Rei Salomão, conhecido como o mais sábio dos reis de Israel, encontrou no vinho da romã a força para contentar suas 700 esposas e 300 concubinas. Por gratidão, ele mandou esculpir a fruta no alto das colunas de seu templo, onde hoje se encontra o Muro das Lamentações, em Jerusalém.

Ano novo judaico: assim como os católicos, os judeus até hoje consomem romã em sua passagem de ano. As pessoas engolem as sementes para que sem méritos sejam multiplicados. Muitos judeus também acreditam que uma romã possui 613 sementes – o mesmo número de mandamentos escritos da Torá.
Fertilidade: na Grécia e na Roma antigas era comum as mulheres consumirem a fruta em festas religiosas para evocar a fertilidade. Daí o simbolismo que existe até hoje.
Remédio para a garganta: já ouviu dizer que gargarejo com chá de casca de romã alivia as dores na garganta? Pois é verdade. A fruta tem propriedades antiinflamatórias e capacidade para aderir à mucosa, protegendo-a. O ideal é fazer o gargarejo à noite, pouco antes de dormir.

05 janeiro 2009

Bolo de Reis II

Olha só! Disse ontem que ia comprar o meu no Santa Luzia e hoje chega a informação completa. Vale o registro: vendido até 10 janeiro (46 reais o quilo), o bolo rei da Casa Santa Luzia (Al. Lorena, 1471, Jardim Paulista, Tel.: 3897-5000), em formato de coroa, leva vinho do porto em sua massa, é recheado com frutas secas e decorado com laranja cristalizada, figo cristalizado, cereja glaceada, pinholis e amêndoas. No seu interior, como manda a tradição, contém a fava (quem a encontra oferece o bolo no próximo ano) e uma medalhinha (sinal de prosperidade para quem é premiado). Vai dizer que não é um privilégio morar assim tão pertinho do Santa Luzia heim?

04 janeiro 2009

Bolo de Reis

Fui atrás da história do Bolo de Reis, uma guloseima incrível de época natalina consumida, sobretudo, no Dia de Reis, que é celebrado pela Igreja Católica todo dia 6 de janeiro. Há uma lenda que diz que os Três Reis Magos começaram a discutir para saber quem seria o primeiro a presentear no Menino Jesus. Uma velhinha que cruzou com eles pelo caminho pediu um tempo para resolver a questão. Voltou depois com um bolo e, dentro dele, tinha uma fava e um brinde. Quem encontrasse a fava seria o primeiro a dar o presente e quem encontrasse o brinde seria o último.


Embora imprecisa, a história mais verossímil diz que o Bolo de Reis nasceu na França e já era comum nas festas de Ano Novo e no Dia de Reis nos tempos de Luís XIV. Ele foi inclusive registrado por uma pintura de Jean-baptiste Greuze, intitulada Gâteau des Rois (foto). Só que tempos depois veio a Revolução Francesa e a receita foi proibida. Para não ficar no prejuízo, os confeiteiros passaram a vendê-la como Gâteaus des sans-cullottes.


Em Portugal, a Confeitaria Nacional de Lisboa começou a vender o Bolo de Reis (que lá se chama Bolo-Rei) em 1869. Ainda hoje, lá na terrinha, as famílias se reúnem em 6 de janeiro para compartilhar este bolo e brindar com vinho do Porto. Dentro dele, vai uma fava e um brinde. Quem tira o primeiro tem de pagar o Bolo de Reis do ano seguinte. Já quem escolher o pedaço com o brinde leva a melhor: a tradição reza que tal pessoa terá riqueza o ano inteirinho.


No Brasil, o Bolo de Reis é vendido por grandes confeitarias e, na maior parte das vezes, sem fava ou brinde algum. Comê-lo no Dia de Reis é um ato de reunir a família, de celebrar a fraternidade e pedir por fartura. Contudo, em algumas regiões, a tradição prevalece com adaptações. Em alguns municípios fluminenses, por exemplo, há Bolos de Reis com até quatro diferentes surpresas escondidas: um anel, uma cruz, uma moeda e um dedal. Cada objeto tem um simbolismo: anel = casamento, moeda = dinheiro e dedal = trabalho. E a cruz? Bem, ia deixar passar. Mas sei que vai perguntar (e vai que você tira justo ela!), então aí vai: ficar com o pedaço que traz a cruz significa que o melhor a fazer da vida é seguir para um convento ou seminário.


Até pensei em testar uma receitinha de Bolo de Reis, mas desisti pois isso vai contra a minha primeira promessa de dieta do ano. Vou tentar comprar um bem pequeno no Santa Luzia. O deles é sempre divino. Mas para quem se aventurar, pesquei uma receita que parece bacana no site Panelinha. Ah, claro, se fizer me conta como ficou e manda a foto que eu publico!

Em tempo: Se simpatia não ajuda, também não atrapalha. Ainda esta semana publico um dossiê sobre a romã e as mandigas com a fruta para o dia 6 de janeiro.