09 agosto 2008

Comer com os olhos

Depois de uma longa e divertida temporada de biografias (que incluiu Maysa, Isadora Duncan, Chico Buarque, Carmen Miranda e Tim Maia), passei a comer com os olhos. Melhor explicando: me entreguei à leitura de livros gastronômicos.


A "comilança" começou em Lisboa, quando me empolguei com dois livros que dizem muito sobre o que vai às nossas mesas por aqui. A Cozinha Ideal, de Manuel Ferreira, que está aí ao lado, é uma bíblia dos portugas candidatos a chef. A primeira edição é de 1933 e traz em verbetes a descrição das receitas lusitanas e suas variações, bem como fala de ingredientes e seu uso. Já o Livro do Bem Comer, de José Quitério, que eu também trouxe de lá, faz uma viagem pela origem das receitas por regiões. O autor mistura poesia, referências literárias, personagens famosos e tudo mais que você puder imaginar para mostrar a saga da sardinha, os bastidores da doçaria de convento, a rota dos queijos da Serra da Estrela... A escrita é arcaica, cansativa, mas vale a pena.

No momento, devoro um livro nacional, que tem um propósito bem parecido. É A Canja do Imperador, com crônicas do crítico J.A. Dias Lopes. Aliás, ele já publicou outro similar, A Rainha que Virou Pizza. A partir de curiosidades, como a de que Casanova consumia dúzias de ostras por dia para manter sua fama, o crítico serve ao leitor histórias sobre a alimentação em várias partes do mundo. É bem gostoso de ler e tem receita de montão. Dá vontade de fazer tudo de uma vez.

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