14 outubro 2009

Churro argentino ou espanhol?

Eu gostaria muito de saber por onde anda o hermano Alberto di Nardo, um sujeito simpático de 50 e poucos anos, bom de papo, que por uns tempos manteve um delicioso café na Alameda Lorena, no local onde hoje funciona um Fran’s Café. Além de servir o expresso encorpado em xícara grande, seu Alberto alegrava minhas manhas de domingo com seu farto bufê de café da manhã, onde o churro sem recheio era, ao menos para mim, a atração principal.

Seu Alberto tomou chá de sumiço e a partir daí todas as minhas tentativas de comer um bom churro argentino, mesmo estando na Argentina, foram frustadas. Este aí da primeira foto, que eu encontrei lá em Puerto Madero, até que parece bonito – mas a massa era ressecada, cheia de óleo... Só não larguei pela metade para testar meu estômago de avestruz. Contudo, aprendi a lição: churro argentino, só se for em Sampa (seu Alberto, por onde andas?).

Fora do país, melhor ir direto à fonte. No ano passado, em minhas andanças pela Espanha, eu tinha de me conter para não parar em cada esquina e pedir churro com chocolate quente, que na verdade é um creme feito Chandelle (mas muuuuito mais saboroso), no qual você vai lambuzando o churro sequinho e sem recheio.

O churro surgiu na Espanha. Na receita original, é preparado com massa em formato cilíndrico e frito em óleo vegetal. Há uma máquina com um dispositivo de pressão, feito uma manivela, que é a responsável por conferir o aspecto ondulado do doce e o furo central, que pode receber diferentes recheios. Creme de confeiteiro, chocolate e doce de leite, que é o meu preferido. Por cima, vai uma fina camada de açúcar, com ou sem canela.

Devido à origem, esse doce acabou se tornando muito comum em países hispano-am ericanos, incluindo o México e a Argentina, e também no Brasil. Aliás, uma das minhas boas lembranças de infância era passar com minha mãe em um quiosque de uma galeria do bairro de Santana, lá na zona norte, para comer um churro. O quiosque ainda está lá, mas a última vez que provei nem achei tão bom. Para um autêntico churro espanhol em São Paulo, melhor ir até A Casa do Churro, no Tatuapé, onde a família do espanhol Antonio Farre Martinez faz o churro de roda, uma versão de 3 metros de comprimento, com ou sem recheio, que vem em uma caixa tipo de pizza, sob medida para dividir com a turma.

2 comentários:

  1. Amo churros de verdade, não esse arremedo vendido em barraquinhas pelaí, oelosos, pesados e com aquele recheio duvidoso.
    Ouvi falar de um senhor que faz churros no comecinho da Rua Ana Nery, na Mooca, e que só atende sextas e sábados das 3 às 9 da manhã. Mô, vamos combinar de ir um dia lá? Este teu post instigou minha vontade de provar.

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  2. Ah, obrigada por ter entrado naquela brincadeira do meu post. Sua continuação da história ficou hiper legal. Beijão

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