 Todo lugar que a gente mora sempre tem prós e contras. Para mim, os prós de morar na Alameda Lorena são quase todos para saciar a minha gulodice. Tem a Casa Santa Luzia em frente, o bolo com baba de moça logo ali no Vó Sinhá da Rua Augusta, o beirute do Frevo na rua debaixo, o café doppio do Suplicy na calçada do meu prédio, o pão de queijo quentinho que enche o cesto no Pão de Queijo da Haddock Lobo... Ah, posso escrever uma lista enoooorme, mas seria até sacanagem porque a esta hora você já deve estar aí babando. Mas o que importa dizer é que se tivesse de escolher entre as cinco guloseimas preferidas ao redor da minha casa, o quibe redondo recheado de nozes do Jaber estaria na lista fácil fácil. Só que para minha decepção, o quibe sumiu!
Todo lugar que a gente mora sempre tem prós e contras. Para mim, os prós de morar na Alameda Lorena são quase todos para saciar a minha gulodice. Tem a Casa Santa Luzia em frente, o bolo com baba de moça logo ali no Vó Sinhá da Rua Augusta, o beirute do Frevo na rua debaixo, o café doppio do Suplicy na calçada do meu prédio, o pão de queijo quentinho que enche o cesto no Pão de Queijo da Haddock Lobo... Ah, posso escrever uma lista enoooorme, mas seria até sacanagem porque a esta hora você já deve estar aí babando. Mas o que importa dizer é que se tivesse de escolher entre as cinco guloseimas preferidas ao redor da minha casa, o quibe redondo recheado de nozes do Jaber estaria na lista fácil fácil. Só que para minha decepção, o quibe sumiu!Veja só: outro dia entrei na loja da rede que tem (melhor, tinha) na Padre João Manuel, quase esquina com a Alameda Lorena. Achei algo diferente no ar, mas, enfim, pedi meu quibe redondo para viagem como de costume. Cheguei em casa, abri, e que medo... A cor, o formato e, sobretudo, o sabor estavam diferentes. O recheio, se tinha nozes, não percebi. Mas sal, ah, o cara mandou ver no sal!
Passei lá no dia seguinte e olhei com mais atenção: os funcionários eram os mesmos, a placa estava lá, mas o nome "Jaber" fora apagado. Persistente que sou entrei, fiz o mesmo pedido (um quibe redondo para viagem!) e puxei papo com a atendente.
- Não é mais Jaber, mas é tudo igual, porque o cozinheiro não mudou, explicou ela. Era tudo feito aqui mesmo.
- Mas o quibe redondo vinha da matriz do Paraíso, não?, retruquei.
Ela, constrangida, concordou. Paguei triste, peguei meu salgado para viagem, e antes de sair perguntei:
- Qual o novo nome da casa?
- Ainda não tem. Por enquanto, vai ficar sem nome, para que os clientes não se assustem com a mudança, respondeu a moça.
Assustar não é bem a palavra, fui embora pensando. É mais que isso. É decepção, é tristeza, é sentimento de abandono. Claro, o mundo não acabou. Ir à matriz no Paraíso continua sendo um dos meus programas preferidos, mas... Tô pensando seriamente em lançar um movimento pelo direto de todo paulistano morar ao lado de um Jaber.
PS.: Claro que não desisti do salgado. Mais uma vez cheguei em casa, abri e provei. E mais uma vez estava muuuito salgado. Estaria o cozinheiro apaixonado? Afinal, dizem, gente apaixonada vive com a cabeça no mundo da lua e erra a mão no tempero...
 
 
 




