27 maio 2010

Brigadeiro: um luxo só!


Gulodice anda tão largadinho! Ê 2010 cheio viu! Ando escrevendo e editando bastante texto, sobretudo de coisas boas, como vinho e comida. Acabei de colaborar na edição de O Melhor da Cidade de Veja nas cidades de Brasília, Recife e Belém (este foi às bancas esta semana) e agora estou trabalhando em um material bacana para um livro sobre culinária brasileira. É tambaqui, tacacá, maniçoba, bode, charque, jambu, tucupi... e meu pensamento voou longe, direto para um brigadeiro, sabe-se lá por que razão (ops, claro que sei, é a alma de formiga associada à dieta santa de todo dia!).

O que me chamou a atenção é que nenhum dos livros de gastronomia brasileira que consultei nos últimos dias fala desse docinho feito à base de leite condensado, chocolate e manteiga, quase sempre envolvo em chocolate granulado. A receita surgiu nos anos 1940, quando um grupo de senhoras cariocas preparava quitutes para a campanha presidencial do Brigadeiro Eduardo Gomes. Com o tempo, docinho do Brigadeiro virou apenas brigadeiro, se espalhou pelo Brasil e ganhou até outros nomes – na região sul, atende pelo nome de negrinho.

Quando penso nas viagens que fiz sempre lembro dos doces: pastel de nata em Portugal, churros na Espanha, doce de leite (o meu doce preferido, sempre!) na Argentina... Pois então? Para mim, virou tipo obrigação apresentar aos amigos gringos um brigadeiro: enrolado, no potinho ou até aquele que a gente faz em casa, para comer com os amigos, sobrinhos, irmãos... direto na panela mesmo.

Mas que tal um pouco mais de glamour? Depois da temporada de brigadeiro na colher (que, alias, continua firme e forte), chegou a moda do brigadeiro gourmet. Aqui em Sampa, quem teve a ideia de sofisticar essa perdição de chocólatra foi a Maria Brigadeiro, que prepara mais de 40 receitas exclusivas do doce, vendidos em embalagens de diferentes tamanhos - a menor leva quatro brigadeiros. Mas o que enche os olhos são mesmo as marmitinhas com 15 ou 30 unidades do doce, embaladas com tecidos coloridos. Veja as fotos aí embaixo, não é um arraso?



E esses dias dois amigos-também-formigas me chamaram a atenção para outro lugar fofo, a Brigaderia, com duas lojas na cidade, onde o docinho aparece em variações como vinho do Porto, gengibre, paçoca, amêndoa e Nutella. A vantagem da Brigadeira é que dá para comer unzinho direto no balcão, dois, três... Ou levar vários, se você quiser. E as caixas em tecido também são de babar.



Ah, é claro, grife, luxo, gourmet e outros adjetivos têm seu preço, até porque as duas casas fazem uso de ingredientes de primeira, a começar pela massa do docinho, que leva chocolate importado. Na Maria Brigadeiro, a caxinha com 4 unidades sai por R$ 13,00. Na Brigaderia, dá para comprar um só por R$ 2,50.